ENGLISH | FRANCAIS | PORTUGUES

 

Volver
D E C L A R A Ç Ã O P O L Í T I C A. Abaixo a guerra sangrenta de Bush, Blair e seus aliados. Pela defesa do Afeganistão.
Pela derrota do imperialismo
Fracción Trotskista-Estrategia Internacional: Partido de Trabajadores por el Socialismo (Argentina), Liga de Trabajadores por el Socialismo-ContraCorriente (unificada) (México), Estrategia Revolucionaria (Brasil), Liga Obrera Revolucionaria por la Cuarta Internacional (Bolivia), Clase contra Clase (Chile).
League for a Revolutionary Communist International: Workers Power (Britain), Pouvoir Ouvrière (France), Arbetarmakt (Sweden), Arbeitermacht (Germany), ArbeiterInnen Standpunkt (Austria), Workers Power (Australia), Socialistická Organizace Pracujících -SOP (Czech Republic), Young Revolutionary Marxists - MRM (Ukraine)
10/10/01
 

No dia 7 de outubro, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, apoiados por seus aliados da União Européia e a cumplicidade do governo de Putin, iniciaram os bombardeios contra o Afeganistão, lançando mísseis cruzeiro sobre Cabul, Candahar e Jalalabad. Este ataque é o começo da resposta imperialista aos atentados de 11 de setembro contra o World Trade Center e o Pentágono que deixaram evidente a vulnerabilidade da primeira potência militar do mundo. As potências imperialistas começaram um ataque sobre o povo afegão que já causa centenas de milhares de refugiados, buscando submeter totalmente um dos países mais pobres do mundo mediante seus bombardeios selvagens. Seus objetivos de guerra seriam, até o momento, destruir as supostas bases da organização Al Qaeda, capturar ou assassinar Osama Bin Laden e atacar o regime Taleban.
Nós, as organizações revolucionárias que assinam, condenamos inequivocamente os ataques imperialistas dos Estados Unidos, Reino Unido e seus aliados. Declaramos que os Estados Unidos são a maior ameaça terrorista para o mundo. Exigimos: - o fim imediato e incondicional dos ataques;
- a defesa do Afeganistão contra o ataque imperialista;
- a derrota das forças de Estados Unidos, Grã Bretanha e da Coalizão;
- a solidariedade com o povo afegão que resiste à agressão imperialista;
- a defesa das vítimas do fanatismo racista e antiislâmico no ocidente;
- o fim das leis repressivas e dos ataques às liberdades civis e democráticas nos Estados Unidos e Europa.
Sem dar o menor apoio ao arqui-reacionário governo Taleban no Afeganistão ou ao movimento de Osama bin Laden, exigimos e apoiamos a ação unificada de todas as forças afegãs (incluindo forças islâmicas) para repelir o ataque imperialista.
Nos comprometemos a ajudar a construir uma frente única, a maior possível, contra a agressão imperialista, unindo os sindicatos, os ativistas anticapitalistas, a juventude, os camponeses pobres, socialistas, comunistas, anarquistas, iniciativas de movimentos de mulheres e povos oprimidos em todo o mundo numa ação comum para derrotar a guerra imperialista.
O primeiro e primordial objetivo da política exterior norte-americana depois dos ataques de 11 de setembro foi reunir uma grande coalizão de estados que lhe outorgue o direito irrestrito a perseguir seus objetivos por qualquer meio, incluindo a ação militar contra qualquer força, em qualquer parte do mundo, dentro de qualquer estado. No entanto, ainda que todos declarem apoiar a ipguerra contra o terrorismolc, Bush não recebeu uma imcarta brancalm nem a aceitação incondicional dos objetivos militares e políticos dos Estados Unidos. A adesão à campanha norte-americana está limitada pela busca de cada estado de defender seu próprio interesse nacional. A Rússia disse que colaborará ativamente com a agressão, mas em troca exige onerosas reivindicações, começando pelo reconhecimento explícito a seu "direito" sobre a Chechênia. Na União Européia, enquanto Blair atua como o principal sócio de Bush, a França e a Alemanha - com interesses próprios na Região - reclamaram certos limites à intervenção, temendo que o conflito leve a uma maior desestabilização. Os governos árabes e muçulmanos debatem-se entre o apoio aos EUA e a pressão das massas, onde cresce o rechaço a toda intervenção norte-americana. Na América Latina, o alinhamento dos governos com Bush foi ao preço de importantes discussões internas sobre os termos do mesmo e em meio a uma oposição da população à agressão imperialista.
Imediatamente depois dos ataques terroristas de 11 de setembro, as bolsas de valores despencaram em todo o mundo. O valor das ações baixou em bilhões. Os donos das empresas aéreas se apressaram a adiantar planos de demissões massivas; o valor das companhias de seguros, as indústrias hoteleiras e de turismo e outros serviços e organizações financeiras caíram abruptamente. Isso não foi causado unicamente pelos eventos em Nova York e Washington - estes apenas deram impulso à crise que já se estava desenvolvendo. As economias norte-americana e européia estão entrando em recessão - que já percorre os países semicoloniais do sudeste asiático, África e América Latina.
Esta enorme intensificação das tensões militares, políticas e econômicas, no mundo, prova decisivamente que a ofensiva imperialista "neoliberal" liderada pelos Estados Unidos não abriu uma época de paz, prosperidade nem terminou com os conflitos entre os estados nacionais. Ao contrário, o domínio imperialista norte-americano trouxe consigo um aumento dramático da instabilidade, da desigualdade global, dos conflitos de classe e das guerras.
Na frente interna, os governos imperialistas querem aproveitar a oportunidade cinicamente e usar a crise para reduzir ainda mais os direitos democráticos e as liberdades civis. Os Estados Unidos querem deixar para trás a assim chamada "síndrome do Vietnã", de maneira tal que se possa ir preparando a opinião pública norte-americana para aceitar grandes perdas de vidas de homens do serviço norte-americano no conflito militar. Os Estados Unidos estão usando a reação de horror de milhões aos ataques terroristas para conseguir:
- direitos legais para empreender uma ação militar em imautodefesaln sob a Carta das Nações Unidas e sob as provisões de defesa mútua do Artigo 5 do tratado de fundação da OTAN;
- a redefinição da OTAN como uma aliança antiterrorista (que as potências européias bloquearam no ano passado, mas que agora não podem impedir);
- uma coordenação mais estreita entre as agências de inteligência e de segurança do mundo;
- controles mais estritos para os refugiados;
- controles mais estritos nas viagens entre estados;
- maior redução às liberdades civis e democráticas nas democracias capitalistas;
- o direito a empreender uma vigilância irrestrita a indivíduos;
- o direito a examinar contas bancárias e informação financeira;
- o direito a declarar como terroristas seus inimigos, incluindo os manifestantes anticapitalistas.
Os Estados Unidos e seus aliados serventes na União Européia são conscientes de que suas ações imperialistas correm o risco de unir contra eles os regimes islâmicos, do Oriente Médio, da Ásia Central e das semicolônias.
Por essas razões, e pelos objetivos globais mais amplos dos Estados Unidos, o governo de Bush retrocedeu da inicial demagogia antiislâmica em seu país, ao mesmo tempo em que aumentou seus esforços diplomáticos no Oriente Médio para conter seus aliados. Com a ajuda da Grã Bretanha, os EUA conseguiram o apoio da ditadura militar paquistanesa e seus esforços diplomáticos conseguiram declarações de apoio de outros governos do mundo árabe e muçulmano, ainda que em todo o caso o aval seja condicionado. Parte dessa política para frear o descontentamento do mundo árabe é, também, a repentina mudança de política de Bush para o conflito palestinoisraelense. Pela primeira vez chamou a retomar sem condições as negociações entre o Estado de Israel e a Autoridade Palestina, pronunciando-se a favor do estabelecimento de um imestado palestinoln - na realidade, uma ficção de estado do tipo do estabelecido nos reacionários "acordos de Oslo" - com o objetivo de terminar a Intifada e impor uma solução reacionária ao levante do povo palestino. Mas esta mudança de política aumentou de imediato as contradições com Israel - seu gendarme regional - como expressaram as rusgas da administração Bush com o primeiroministro direitista Sharon.
O primeiro-ministro italiano Berlusconi e seu vice, fascista, Fini foram os primeiros dos líderes imperialistas em imsair da linhala, emitindo, e depois se retratando parcialmente, uma condenação ao Islã de conjunto e declarando a "superioridade" da civilização ocidental e cristã. Eles dizen abertamente o que crêem muitos falcões do Departamento de Estado, do Pentágono e do Estado de Israel, mas por razões diplomáticas preferem esconder. Com uma hipocrisia impressionante, Berlusconi elogiou a cultura ocidental por seus valores democráticos - enquanto ao mesmo tempo exige o direito de tratar os manifestantes anticapitalistas e antiglobalização como terroristas (como fez em julho, quando desatou um terror selvagem contra as marchas anti-G8).
Apesar de sua política para ganhar o apoio dos governos árabes, a campanha de guerra imperialista tem o efeito direto de despertar o racismo antiárabe e antimuçulmano. Nos Estados Unidos um assassino racista ignorante matou um sikh pensando que era muçulmano, e houve dezenas de ataques racistas. Temos muitas razões para temer que estas atrocidades continuem. O movimento operário e o movimento antiguerra devem encabeçar a luta contra o racismo e pela defesa dos árabes e muçulmanos. Impulsionaremos uma campanha massiva contra o racismo e pela autodefesa organizada das comunidades árabe e muçulmana.
Apesar da diplomacia imperialista, há uma possibilidade séria de que os Estados Unidos esteja desestabilizando um de seus gendarmes chave na região - o Paquistão. O ditador Musharraf é perfeitamente consciente de que há um grande apoio para o regime Taleban nas cidades do norte como Peshawar, na fronteira com o Afeganistão - especialmente aquelas com uma grande população pashtun (o grupo étnico mais numeroso no Afeganistão). Os islâmicos radicais chamaram uma Jihad (Guerra Santa) contra Musharraf se os Estados Unidos usarem o apoio paquistanês para lançar seus ataques. Os clérigos islâmicos já chamaram uma greve geral contra o governo. A perspectiva de uma guerra civil no primeiro regime islâmico equipado com armamento nuclear no mundo deve estar causando uma profunda preocupação nos Estados Unidos.
Para apoiar Musharraf, Estados Unidos e GrãBretanha avançaram na suspensão das sanções impostas contra seu regime por fazer testes com armas atômicas. Estão usando o papel central das forças de segurança e de inteligência paquistanesas na criação do Taleban para pressionar pela rendição do governo afegão.
Os imperialistas estão fazendo outros compromissos para ganhar novas adesões à aliança dirigida pelos Estados Unidos. A nova aproximação reacionária entre Estados Unidos e Rússia foi o mais significativo. Putin declarou o apoio para a guerra de Bush contra o terrorismo e deu permissão para que sejam usadas as bases aéreas russas em qualquer ataque, com a precondição oculta do apoio ocidental para uma nova ofensiva chauvinista na Chechênia.
O chanceler alemão Schroeder emitiu um chamado a uma maior "compreensão" do "problema da Rússia com os 'terroristas islâmicos'".
Na América Latina já se faz sentir a campanha global de Bush. Os governos estão apegandose à exigência de maiores medidas de "segurança'. A "cruzada antiterrorista" é utilizada na Colômbia para justificar uma maior intervenção imperialista e a ofensiva contra as FARC. Na Argentina, o governo de De la Rúa a utiliza para justificar um maior papel das Forças.Armadas nas tarefas de iesegurança internals.
Medidas similares estão tomando outros governos da região, na contramão do crescimento de sentimentos antiimperialistas no movimento de massas.
Os discursos que saem da Casa Branca e do Pentágono são sobre uma campanha prolongada e difícil que pode não ter nem um claro começo nem um claro fim. Este conflito não será a Terceira Guerra Mundial, como pretendem alguns meios. Mas não será uma guerra curta e aguda como a guerra do Golfo em 1991, mas sim um conflito muito mais intrincado e de difícil resolução imediata, reinando ainda até o dia de hoje um importante grau de indefinição e confusão nos objetivos de guerra do imperialismo.
O objetivo de guerra mais provável pareceria ser eliminar as bases militares e os campos de treinamento, primordialmente árabes, de Bin Laden e alentar as forças opositoras da Aliança do Norte e provavelmente tirar o Taleban do poder, substituindo-o pelo antigo rei ou uma coalizão que inclua as forças enfrentadas e fracionadas depostas pelo Taleban em 1995. Esse plano, contudo, não parece ser simples de aplicar devido às dificuldades em alcançar acordo da oposição afegã ao regime Taleban e a oposição do Paquistão à Aliança do Norte e ao antigo monarca. Qualquer que seja a continuidade das ações militares e políticas que iniciaram os Estados Unidos sua intervenção no Afeganistão pode ativar um verdadeiro barril de pólvora de enormes implicações regionais. A ofensiva militar dos EUA enfrenta um cenário complicado e de derivações imprevisíveis.
A intensificação da miséria que já está sofrendo o povo afegão é apenas imaginável. O Afeganistão tem sofrido mais de 20 anos de guerra civil e sofre a pior seca da última década. Suas mulheres já vivem sob o tormento cotidiano do regime islâmico mais extremista do mundo. Há 2,5 milhões de afegãos refugiados no Paquistão, outro milhão no Irã e 300.000 no Tadjiquistão. Ssua infra-estrutura é quase inexistente. Novos bombardeios, ataques e incursões imperialistas causarão outro êxodo de massas - as ONGs estimam ao redor de 1 milhão de pessoas.
Ninguém pode deixar-se enganar pela demagogia da ieajuda humanitárials com que Bush e Blair acompanham seus bombardeios.
As organizações que assinam, como revolucionários e antiimperialistas, estamos pela derrota das forças imperialistas. Apoiamos toda resistência que debilite o inimigo na guerra. Chamamos as organizações da classe operária e os ativistas antiguerra a organizar ação direta, greves, boicotes e mobilizações enquanto continue a ação militar. Chamamos os soldados a organizar a resistência nas forças armadas, a exigir direitos democráticos, a oporse aos ataques contra o Afeganistão e rebelar-se contra os imperialistas e seus generais assassinos de mabélica a boicotar e sabotar a produção para a guerra imperialista. Exigimos que os representantes parlamentares dos partidos social-democratas, trabalhistas, socialistas e comunistas rompam com os Blairs, os Jospins e os Schroeders e votem contra todo apoio político, militar e financeiro para a guerra dos Estados Unidos.
Uma vitória do imperialismo levará à imposição de regimes subordinados e serventes em todos os países da região. Desmoralizará o povo palestino e alentará o estado racista de Israel. Será um golpe ao crescente movimento anticapitalista e impulsionará as forças pró-imperialistas. Ao contrário, uma derrota das forças imperialistas debilitaria seu domínio no Oriente Médio, alentaria os trabalhadores e o movimento anticapitalista e a todos os povos oprimidos a resistir ao imperialismo e à dominação capitalista em todo o mundo. Uma derrota do imperialismo não só ajudaria os trabalhadores e as massas oprimidas do mundo em sua luta por liberar-se da exploração, mas também alentaria, por exemplo, as massas afegãs, afundadas na miséria, ameaçadas pela fome e subjugadas pelo regime monstruosamente reacionário do Taleban.
Frente a um massacre sangrento dos Estados Unidos e seus aliados, dezenas de mihares de pessoas nos países imperialistas estão começando a construir um novo movimento contra a guerra imperialista, que teve sua primeira expressão importante nos Estados Unidos na mobilização de Washington do sábado 29 de setembro e nas anteriores manifestações nos campus universitários, assim como em outras mobilizações protagonizadas nas capitais européias e outros países. Esta é a chave para desmontar a campanha de guerra e evitar que o imperialismo tome a iniciativa. Nas ruas das cidades dos Estados Unidos, América do Sul, Europa, Oriente Médio, Ásia, Austrália e África deve ressoar o grito Não à guerra imperialista.
O desenvolvimento do movimento antiguerra nos países imperialistas tem um caráter progressivo já que, conforme vão se desenvolvendo suas ações, pode bloquear o maquinário militar imperialista, dificultar os ataques militares, ajudar a romper a unidade nacional reacionária que os governos imperialistas necessitam para apoiar suas ações e desmoralizar os soldados de seu próprio país. O melhor exemplo disto foi o movimento contra a guerra do Vietnã que, junto com a heróica resistência das massas vietnamitas, tornou insustentável a campanha militar norte-americana e provocou a primeira derrota militar do imperialismo ianque pelas mãos de uma nação oprimida. Nas coalizões antiguerra nos países centrais muitos dos participantes estão cheios de ilusões pacifistas. Nos opomos a toda tentativa de igualar a guerra dos imperialistas com a justa defesa militar dos povos oprimidos. Não somos, portanto, neutros frente à nova agressão imperialista: estamos pela derrota dos Estados Unidos e seus aliados. Não haverá paz no mundo enquanto persista a dominação imperialista. Em particular, nos países semicoloniais, tem um papel reacionário o pacifismo alentado pelas direções dos partidos reformistas e burgueses, assim como pelas igrejas que chamam a condenar ioa violência de ambos os ladoslo, colocando hipocritamente num mesmo plano os opressores e os oprimidos. Nos países semicoloniais, isto significa não opor nenhum tipo de resistência à agressão imperialista.
As potências imperialistas são os principais inimigos. Mas os comunistas revolucionários devemos rechaçar o antiamericanismo vulgar Œ que confunde a classe operária norte-americana com a classe dominante norte-americana e sua política imperialista. Este antiamericanismo é reacionário porque confunde o ódio justificado ao imperialismo norte-americano com o chauvinismo contra todos os norte-americanos. Freqüentemente serve aos interesses das classes dominantes que são ou aspiram converter-se em potências imperialistas competidoras. Devese combater o antiamericanismo. É de grande importância ajudar a classe operária norte-americana a romper com seus governantes e ganhá-la para a luta contra o imperialismo e o capitalismo global.
Esta não é uma tarefa impossível: nunca esqueceremos que foram a classe operária norte-americana e a juventude quem, em seu grande protesto de Seattle em 1999, deram início ao chamado i?movimento anticapitalistali.
Rechaçamos a demonização reacionária de todos os crentes muçulmanos. Ao mesmo tempo, dizemos claramente que o fundamentalismo político islâmico é um movimento completamente reacionário. Reprime as mulheres, os trabalhadores e nega os direitos democráticos. São movimentos policlassistas, que sob a estratégia reacionária de impor estados teocráticos e a ieguerra santalr utilizam o justo ódio das massas empobrecidas da região à dominação imperialista norte-americana e a seu gendarme no Oriente Médio, o estado de Israel.
Por sua própria estratégia, esses movimentos são freqüentemente utilizados e alentados pelas diferentes burguesias da região e inclusive pelas próprias potências imperialistas, como foi o caso dos mujahidines afegãos durante a ocupação soviética. Nenhuma liberação virá para as massas árabes e islâmicas da mão dessas direções.
A classe operária e as massas camponesas no Afeganistão, Ásia Central e Oriente Médio necessitam se organizar independentemente, para construir suas próprias organizações de massas e milícias para derrotar a agressão imperialista e para preparar a luta por seu próprio poder, o que implicará também o direito à autodefesa contra os ataques às organizações independentes do movimento de massas, realizados pelo reacionário regime Taleban ou qualquer outra das facções dos iosenhores da guerrale em pugna. As mobilizações e as organizações de massas de trabalhadores e camponeses poderiam ajudar a derrubar o mais cedo possível os mullahs reacionários. Para que o círculo de regimes reacionários seja quebrado, os trabalhadores e os camponeses terão que tomar o poder e estabelecer uma república socialista no Afeganistão e uma Federação Socialista voluntária na Ásia Central.
Em escala mundial, o imperialismo está preparando outra espiral sangrenta de recessão, repressão e guerra. A menos que isso seja freado, o século XXI repetirá a história do século XX, mas num nível novo, mais avançado tecnologicamente, mais selvagem e mais destrutivo - que ameaça a sobrevivência da própria civilização humana.
Essa espiral de maior exploração, opressão e guerra imperialista pode ser detida e derrotada. Os revolucionários lutamos pela unidade internacionalista da classe operária, a força social mais poderosa que pode dirigir a luta para liquidar as bases do sistema capitalista imperialista, isto é, o controle da economia mundial por um punhado de monopólios e estados imperialistas que lançam à miséria continentes inteiros, exacerbando o racismo e provocando guerra e barbárie. Mais do que nunca está colocado que o movimento anticapitalista, que agora pode transformar-se num movimento contra a guerra e o imperialismo, deve unir-se profundamente à classe operária porque só uma revolução operária e socialista poderá tornar realidade seus objetivos de acabar com o sistema capitalista em nível mundial.
Para alcançar isso é necessário avançar ainda mais no internacionalismo incipiente que este movimento iniciou com suas lutas pela abolição da dívida do terceiro mundo, contra a pobreza e a sede de lucros dos monopólios. Os capitalistas têm suas internacionais - o FMI, a OTAN e a OMC. A classe operária, os jovens, os oprimidos do mundo e todos os que lutam para acabar com a barbárie imperialista necessitamos nossa própria internacional operária e revolucionária, um estado-maior internacional da revolução mundial para terminar com a dominação imperialista e iniciar a construção de uma sociedade sem exploração, um novo mundo sem propriedade privada, estados nacionais, racismo, desigualdade nem conflitos militares sangrentos.
A guerra iminente coloca a imperiosa necessidade de unir contra o inimigo comum - o imperialismo - a luta do movimento anticapitalista dos países centrais com a dos povos dos países semicoloniais que resistem à ofensiva imperialista e das massas oprimidas que enfrentam hoje a agressão militar dos Estados Unidos e seus aliados. Chamamos todas as mobilizações antic-pitalistas dos próximos meses a empalmar a luta contra a campanha de guerra imperialista. Transformemos o dia de ação contra a OMC - 9 de novembro - num dia de ação contra o iocapital globalla e a guerra imperialista! Transformemos as mobilizações de massas contra a cúpula da União Européia, dia 14 de dezembro, numa expressão do ódio das massas contra a participação européia no assassinato de massas e a agressão de Bush e Blair.
Por protestos massivos nas embaixadas e consulados norte-americanos, nos centros financeiros, nos colégios, nas universidades e nas sedes dos governos. Construir comitês de frente única contra a guerra imperialista em cada cidade, em cada colégio, em cada lugar de trabalho.
Dizemos:
- Defesa do Afeganistão - Pela derrota dos Estados Unidos e dos ataques imperialistas!
- Tirem as mãos imperialistas de cima do Afeganistão!
- Os Estados Unidos são o maior terrorista!
- Abrir as fronteiras aos refugiados!
- Condenar a caça às bruxas e os ataques racistas contra as pessoas muçulmanas e árabes!
- Combater os ataques às liberdades civis!
- Abolição da OTAN, instrumento da guerra global!
- Não à vigilância e repressão do estado, não às bases de dados de ativistas, não às novas leis antiimigrantes, não a novos poderes à polícia!
- Pela ação dos sindicatos para boicotar as tropas, armas e provisões dirigidas aos exércitos imperialistas, à armada e às forças aéreas!
- Rechaçar o terrorismo individual como método de luta contra o imperialismo!
- Por uma ajuda em comida e medicamentos massiva ao Afeganistão sem restrições ou condições!
- Abolir a dívida do terceiro mundo com os bancos ocidentais e as instituições financeiras!
- O povo afegão é quem deve ajustar contas com o Taleban não os exércitos imperialistas dos Estados Unidos e Grã-Bretanha! Não à restauração da monarquia ou dos "senhores da guerra" da Aliança do Norte! Por um governo operário e camponês baseado em conselhos democráticos de delegados!
- Abaixo Musharraf! Por uma república socialista do Paquistão e federações socialistas da Ásia Central e do subcontinente da Índia!
- Nacionalizar todas as companhias - aéreas, de seguro etc. -, sob controle operário sem indenização aos proprietários capitalistas, que ameacem demissões de trabalhadores depois dos ataques de 11 de setembro!
- Não à suspensão da luta de classes nas democracias imperialistas! Romper com a política pró-guerra dos dirigentes social-democratas, "comunistas" oficiais e sindicais!
- Pela vitória da intifada! Pelo direito à autodeterminação nacional do povo palestino! Abaixo o racista Estado de Israel! Por uma Palestina operária e socialista onde vivam em paz árabes e judeus! Basta de sanções contra o Iraque!
- Não ao pagamento da dívida externa dos países do "terceiro mundo"! Ruptura de todos os pactos e acordos militares que atam as semicolônias ao imperialismo! Não à ALCA!
- Voltar o movimento anticapitalista contra o imperialismo!
- Por um movimento juvenil internacional revolucionário!
- Por uma internacional revolucionária da classe operária, pelo Partido Mundial da Revolução Social!
- Pela revolução operária e socialista internacional para terminar com a dominação imperialista e construir uma comunidade socialista mundial sem pobreza, desigualdade, opressão nem guerra!

 

Volver