Ao grito de “somos mulheres, mulheres feministas, estamos contra esta guerra imperialista”, nos aproximamos da embaixada norte-americana em Buenos Aires, o ponto final da mobilização que percorreu o bairro portenho de Recoleta, sob uma chuva que, entretanto, não conseguiu aplacar aqui o mesmo clamor que brandiu em todo o mundo.
Com as bandeiras lilases de sempre – as mesmas que estiveram durante o verão passado nas assembléias e marchas à Plaza de Mayo e aos Tribunais – mais um estandarte com a figura de uma senhora esmurrando energicamente um míssil, as feministas também somaram seu repúdio a este ataque perpetrado por Bush contra o povo iraquiano.
Por isso, apesar do cansaço e de estarmos ensopadas, não paramos de cantar: “Vamos, compañeras, hay que poner un poco más de ovarios, que las bombas que Bush tira en el Golfo se las pagamo' al Fondo Monetario".
Na Plaza Italia e na própria entrada da embaixada recebemos aplausos de aprovação de outros grupos que também protestavam, e foram muitas as vozes que se juntaram ao grito de “Vamos, compañeras, que acá Bush es el único demonio, hay que parar la guerra antes que empiece, ni una gota de sangre por petróleo".
Nós, que sabemos da violência, das mortes, que, além disso, conhecemos neste país quais são os resultados dos “planos imperialistas” devemos continuar acompanhando as mulheres de todo o mundo neste rechaço contundente ao ataque que se aproxima contra o povo do Iraque.
A coalizão de organizações feministas Código Rosa permanece em vigília diante da Casa Branca desde novembro do ano passado, enquanto algumas de suas dirigentes viajaram ao Iraque para incorporar-se à campanha contra a guerra. Elas culminarão com uma mobilização no Dia Internacional da Mulher, no próximo 8 de março. Em nosso país, as mulheres não devem permanecer caladas.
Buenos Aires, 17 de fevereiro de 2003
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